Mais um ano de Brasil

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Esse projeto começou de uma ideia vinda de outro lado, outras terras e outro clima. Ainda no intercâmbio, eu, Vanessa Cancian tive a ideia de planejar algo que pudesse explicar mais sobre a cultura brasileira para os estudantes que chegam ao Brasil. Morando e vivendo em Mendoza, Argentina, senti falta de mergulhar mais na cultura local, conhecendo as peculiaridades e diferenças daquele mundo com o qual me deparava.

Em 2012 o BrasildeTodoMundo chegou a Unesp, no formato de oficinas que aconteciam semanalmente oferecida a todos que quisessem participar. Com o tempo, os estudantes foram se tornando adeptos do projeto. Cultura, música, gastronomia, turismo e tudo mais que a cidade, a região e o Brasil tivesse para apresentar virava tema dos encontros, que as vezes ultrapassavam os portões da Unesp para tornar as “aulas” mais diversificadas.

No segundo semestre de 2012, o Augusto, aluno de Jornalismo se juntou ao time para somar. Ele criou um projeto de oficinas de português para estrangeiros, e orientado pelo professor Marcelo Concário, deu mais força ao projeto ajudando os alunos com dúvidas e com aquelas exceções que a nossa língua possui.

Mas, 2013 foi um ano especial. Mais gente chegou e outros partiram. Larissa Batista, recém chegada do seu intercâmbio em Córdoba e cheia de vontade de fazer valer a experiência que a Universidade Nacional de Córdoba tinha lhe trazido, entrou com toda sua energia no Brasil, ajudando e criando novas possibilidades. Passamos um ano cheio de mudanças, até que em agosto eu tive que me desligar do projeto por causa de trabalho (e também porque uma hora todo mundo precisa se formar né? rs.)

Giovanna Falchetto, capixaba e bixete do curso de Jornalismo também se deslumbrou com o contato que poderia ter junto aos intercambistas. Viajante e curiosa, ela entrou para o projeto com toda sua simpatia e está compondo o time que dá continuidade ao BrasildeTodoMundo.

Escrevo para contar que mesmo de longe acompanho e me orgulho do trabalho que vocês estão fazendo. Nosso país possui uma vasta cultura e diversidade desconhecida até mesmo pelos brasileiros, que se fecham em seus mundos sem aproveitar a riqueza da nossa cultura, a sabedoria do nosso povo, as belezas das nossas paisagens e os sabores das nossas comidas. Eu não quero parecer ufanista demais, mas tenho certeza que aqueles que não apreciam o Brasil de forma plena, é porque pouco o conhecem. E o nosso projeto está aqui, e vai daqui para o mundo, quebrando os preconceitos de quem define essa imensidão cultural e humana de maneira limitada e preconceituosa.

Queremos a diversidade de cores, sabores, e a alegria de compartilhar muitos momentos junto ao conhecimento da cultura brasileira e todas as suas possibilidades.

Gratidão gente, por dar vida e permanência ao meu sonho. Vocês são parte dele e o fazem ser real. Para os novos que eu não conheço, um beijo e sejam bem-vindos! Van

Bossa Nova no bosque da Unesp

As vezes o acaso e algumas intenpéries do tempo e do espaço fizeram com que as aulas não fossem sempre na mesma sala. O que no caso desse dia, em específico, foi muito bom.

Outro acaso foi a mãe da minha amiga Ana estar em Bauru em uma das quintas-ferias que a gente tinha o curso. E ela, com toda sua simpatia, energia positiva e é claro, seu talento único para cantar e tocar no violão as melhores músicas da Bossa Nova e da MPB, fez de uma de nossas aulas um momento interessante e eu diria até que mágico.

Na minha opinião, a música é uma das melhores maneiras de sensibilizar as pessoas, para um conhecimento e uma sensação diferente de qualquer coisa. É por isso que eu sempre procuro levar alguma referência musical (desse vasto e diverso terreno que é a música brasileira) para que cada um possa levar para o seu país um poquinho mais do Brasil, através de melodias e da poesia que exala em muitas canções que escutamos.

A tia Cládia nos acompanhou, e por uma questão errada (que no fim deu certo) de logística, ficamos sem a chave da sala onde as reuniões normalmente acontecem. Por isso, nos juntamos e fomos até o bosque da faculdade. E quer lugar melhor para ouvir uma boa música? Não deu outra. O clima do lugar veio a calhar com a ideia de interação, e todos sentados em roda ouviram e cantaram junto com ela.

Entre uma música e outra aconteceu um bate-papo sobre a origem da Bossa Nova. E com demonstrações ritmicas no violão ela ia demonstrando aos alunos cada uma das características do estilo que também ficou conhecido como “música de apartamento”

No final, todos com a letra em mãos, cantamos Garota de Ipanema de Tom Jobim. Acho que não dá pra descrever a sensação e a felicidade de todos no final. Abraços e beijos de agradecimento a nossa musicista que encheu de encanto essa aula. Tenho certeza que esse dia foi “um” dos mais inesquecíveis entre todos os momentos que compartilhamos.

Esse é o link da galera no bosque, cantando: