Apresentando o Chico.

Eu levei alguns dvds daquela coleção do Chico, na mesma aula sobre as regiões. Pensei que seria legal falar um pouco dele, de como sua música foi e é marcante em toda história da música brasileira e todas aquelas coisas mais sobre ele e sua genialidade. Achei um tanto engraçado, que logo após ouvir um pouco, os dvds já foram sendo agarrados em cima da mesa. Aí eu vi que já tinha valido a pena.

O que aconteceu foi que eu pude ver, nos olhos de cada um sentados naquela sala, enquando passava o vídeo do Chico cantando Tatuagem – aquele em que ele e o Caetano estão novinhos e com um visual ao gosto da época – a sensação de descobrir uma música incrível. Cheia de poesia, de contrantes, de altos e baixos que fazem a voz do cantor ficar ainda mais em sintonia com as melodias, uma a uma, milimetricamente pensadas e compostas.

Eu não tenho a musicalidade e o talento necessários para comentar a obra desse célebre poeta-mestre da música brasileira, mas falo como uma leiga admiradora de seu trabalho, tanto como músico como escritor, ouvir e saber compreender as canções do Chico é parte fundamental do aprendizado do “viver brasileiro” Acho até que se trata de compreender um português diferente, falado pelas mais diversas classes em diferentes momentos da história do Brasil.

Desde os censurados da ditadura até o mais intímo sentimento de amor feminino, que ele sabe interpretar como poucos.

Já falar da literatura, não da pra descrever o que é o Chico escritor. Grandioso porporcionalmente à música. Em seu último livro, Leite Derramado  é um daqueles livros que fazem você ser reportado da realidade presente, e te levam a um tempo paralelo, a uma crônica carregada de sentimentos e sensações únicas. Não só esse, mas os outros livro dele são incríveis. Uma leitura que não se compara, por isso, é difícil achar as palavras certas para descrevê-la.

De onde veio a ideia

Bom, primeiro eu queria me apresentar quase que formalmente. Eu sou aluna do quarto ano de jornalismo da Unesp de Bauru. Mas eu vim de outra cidade, um pouco mais perto da capital do estado, mas nao o suficiente pra não ser chamada de interior.

Foi lá que eu nasci, de uma mistura bem brasileira. Mas, tudo começou longe de lá como vou contar.

Meus avós paternos são nordestinos descendentes de africanos. Mas não posso afirmar muita coisa, porque nem eles mesmo conheciam as suas origens. Só sabem que chegaram a São Paulo em busca de uma vida melhor e que aqui constituíram novas raízes. Não fizeram riqueza, mas fizeram uma grande família que por aqui ficou. E do lado da minha mãe, tenho um avô filho de italianos vindos na época do café. Ele se apaixonou por uma cabocla brasileira e que não se importou em perder herança e direitos por amor. E foi daí que nasceu a minha mãe.

Voltando ao Blog…

E passei o meu último semestre fazendo um intercâmbio em Mendoza – Argentina. O que isso tem a ver com o blog sobre cultura brasileira? Foi através dessa viagem que eu mesma “redescobri” o meu país.

Precisei estar longe para saber e até para me lembrar com mais frequência de quão vasto ele era e mais além, pra perceber o quanto eu gostava de explicar a história, a geografia, a culinária, a música e tantas outras coisinhas que me perguntavam e eu não hesitava em responder e em alongar a conversa para muitos outros assuntos. E foi mais ou menos dessas conversar informais que eu percebi o quanto gostava de fazer isso, e pensei: por que não tentar levar um pouco mais do meu país para aqueles que não o conhecem?

Acho que é realmente válido vivenciar um pouco de cada pedaço da cultura e dos costumes do país onde se está vivendo. E, ainda que seja por um curto tempo, levar consigo o dia-a-dia daquele povo. Saber o que é tradição, o que foi e é criado pela cultura popular. O que eu quero é fazer vocês “irem além” do que está escrito em guias de viagens, mudando o roteiro dos pontos turísticos principais e decobrindo coisas novas e singulares.